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JOGO DE CORPO E ALMA
segunda-feira, 2 de maio de 2011
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
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quinta-feira, 29 de julho de 2010
The sound of silence
P. Simon, 1964
Hello darkness, my old friend
I've come to talk with you again
Because a vision softly creeping
Left its seeds while I was sleeping
And the vision that was planted in my brain
Still remains
Within the sound of silence
In restless dreams I walked alone
Narrow streets of cobblestone
'Neath the halo of a street lamp
I turn my collar to the cold and damp
When my eyes were stabbed by the flash of a neon light
That split the night
And touched the sound of silence
And in the naked light I saw
Ten thousand people maybe more
People talking without speaking
People hearing without listening
People writing songs that voices never shared
No one dared
Disturb the sound of silence
"Fools," said I, "you do not know
Silence like a cancer grows
Hear my words that I might teach you
Take my arms that I might reach you"
But my words like silent raindrops fell
And echoed in the wells of silence
And the people bowed and prayed
To the neon god they made
And the sign flashed out its warning
In the words that it was forming
And the sign said "The words of the prophets are written on the subway walls
And tenement halls
And whispered in the sound of silence
---
É fácil perceber o quanto esta música ecoa em nossos pensamentos sem nem mesmo desejarmos isso. A melodia e obviedade do quanto o silencio significa para nós. Quando dizemos a expressão o "som do silencio" de repente já estamos a um pequeno passo de nos confrontar. De ficarmos nús. De falar a verdade sem dizer uma única palavra.
E é assim que o autor começa a música. É encarando sua velha amiga a escuridão. O lado sombrio do mundo ou de sí mesmo. E não é a sua primeira vez, e ele já começa demonstrando o grau do seu tormento desta forma. Então começa a explicar o porque ele encara essa escuridão... é a previsão ou a visão de que algo esta acontecendo. Que algo de muito ruim esta acontecendo... terrível. Em sua impotencia o mal age enquanto nosso autor dorme de forma sorrateira e suja. Semeando o que lhe interessa enquanto suas visões disso continuam em sua mente exatamente no meio do "som do silencio".
Quardar algo no meio do som do silencio é como você se preparar para a guerra. Na qual toda a sua honra será sua motivação e em que provavelmente a sua vida será levada em nome desta honra.
Na segunda estrofe tudo fica ainda mais simples... Nosso autor caminha só pelas ruas, ruas de sua cidade, ruas apertadas a cidade já parece engolir e machucar de alguma forma o autor. Quando ele se vira, embaixo de um poste qualquer, e vê um neon que fere suas vistas e parte a noite. E tudo isso toca "o som do silencio". A força com que o neon faz tudo isso é devastadora... ele incomoda perturbadoramente a ponto de tocar o som do silencio...
Na rua fria. Solitária. Apertada. E nua por mostrar como ele esta completamente só naquele lugar. Nosso autor vê tristemente dez mil pessoas, ou mais... Pessoas falando sem dizer. Pessoas ouvindo sem escutar... pessoas escrevendo canções que as vozes nunca compartilhariam... e ninguem se atreveu a perturbar o som do silencio.
Aqui o autor já mostra o futuro da nossa sociedade egocentrica. A forma como levamos nossa vida todo dia. A vontade de falar de sí sem parar... A vontade de na verdade não falar nada. A construção de almas solitárias que andam lado a lado. E assim eles se voltam para uma luz mais forte que rouba deles a atenção e a esperança de preencherem algo em suas almas que é o neon.
Tolos! - então o autor se manifesta ativamente.
"O som do silencio cresce como cancer! Escutem minhas palavras que talvez eu possa ensiná-los. Levem meus braços que eu os agarrarei."
Mas minhas palavras como silenciosas gotas de chuva caíram. E ecoaram no poço do "som do silencio".
Agora em um instante de fúria. O autor tenta resgatar as pessoas. Traze-las de volta a vida. Mas nada disso surte efeito e as suas palavras ecoam junto ao som do silencio.
Na ultima estrofe: As pessoas rezam e se curvam para o Deus de neon que fizeram. Quando piscou no céu um aviso e nas palavras que se formavam: "As palavras do profeta estão escritas nas paredes do metrô e nos corredores das casas dos conjuntos habitacionais." E por ali sussurraram o som do silencio.
No fim da música o neon que era uma fuga agora é uma necessidade um objetivo de vida. É importante rezar para seu novo Deus. Preencher sua alma com algo mesmo que seja fútil. Mesmo que seja vazio. Não interessa comunicar-se com pessoas. Conhecer seus vizinhos e olhar nos olhos. A faísca que brilha no céu ainda dá uma ultima dica. Longe do neon... sussurra o som do silencio por onde você anda todos os dias seja do lado da sua casa ou no caminho para o trabalho quando o som do silencio toma conta do seu peito e você não tem coragem de nem mesmo se desesperar ou chorar. É nessa hora que você ora para seu neon e twitta alguma bobagem do celular.
domingo, 27 de junho de 2010
Beleza
sexta-feira, 25 de junho de 2010
Lucy
domingo, 16 de maio de 2010
segunda-feira, 26 de abril de 2010
O que queremos?
sábado, 10 de abril de 2010
Conversa sobre o fazer poético ou o fazer vivético
sexta-feira, 9 de abril de 2010
Sentimentos Modernos
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
Nelore Valente
vovô era retireiro
em criança eu aprendi
prender o gado leiteiro
um dia de manhazinha
vejam só que desespero
tinha um bezerro doente
a ordem do fazendeiro
mate logo este animal
e desinfete mangueiro
se essa doença espalhar
poderá contaminar
o meu rebanho inteiro
eu notei que o meu avô
ficou bastante abatido
por ter que sacrificar
o animal recém nascido
nas lágrimas dos seus olhos
eu entendi seu pedido
pus o bichinho nos braços
levei pra casa escondido
com ervas e benzimentos
seu caso foi resolvido
com carinho ele tratava
e o leite que o patrão dava
com ele era dividido
quando o fazendeiro soube
chamou o meu avozinho
disse você foi teimoso
não matando bezerrinho
vai deixar minha fazenda
amanhã logo cedinho
aquilo feriu vovô
como uma chaga de espinho
mas há sempre alguém no mundo
que nos dá algum carinho
e sem grande sacrifício
vovô arrumou serviço
ali no sítio vizinho
em pouco tempo o bezerro
já era um boierado
bonito, forte, troncudo,
mansinho e muito ensinado
automóvel do atoleiro
ele tirava aos punhados
por isso na redondeza
ficou bastante afamado
até que um dia a noitinha
um homem desesperado
gritou pedindo socorro
seu carro caiu no morro
seu filho estava prensado
o carro da ribanceira
o boi conseguiu tirar
o menino estava vivo
seu pai disse a soluçar
qualquer que seja a quantia
este boi eu vou comprar
eu disse ele não tem preço
a razão vou lhe explicar
a bondade do vovô
veio seu filho salvar
esse nelore valente
é o bezerrinho doente
que o senhor mandou matar